Crime

Justiça nega liberdade para sargento da Marinha que matou vizinho em SG

Militar seguirá em prisão preventiva

Familiares e amigos de Durval estavam no Fórum Juíza Patrícia Acioli
Familiares e amigos de Durval estavam no Fórum Juíza Patrícia Acioli |  Foto: Marcelo Tavares
  

O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra seguirá em preso preventivamente mesmo após o pedido de revogação da prisão, apresentado por sua defesa. Ele é acusado pela morte de seu vizinho, Durval Teófilo Filho, em fevereiro deste ano. A decisão é da juíza Juliana Grillo El-Jaick, do 4º Tribunal do Júri de São Gonçalo.

O novo pedido da revogação da prisão foi apresentado pela defesa de Aurélio, em audiência de instrução e julgamento realizada nesta segunda-feira (4). Durval foi morto na frente do condomínio onde morava, em São Gonçalo, acertado por dois dos três tiros disparados por Aurélio, quando voltava para casa do trabalho.

Familiares e amigos de Durval estavam no Fórum Juíza Patrícia Acioli. Aurélio também estava presente na audiência. Segundo Aurélio, ele confundiu Durval com um assaltante e teria disparado, de dentro do carro, quando ele colocou a mão na mochila, que estava na frente do peito, para pegar algo.

Foram ouvidas 11 testemunhas de acusação e de defesa na AIJ. Luziane Teófilo, viúva de Durval e assistente de acusação, contou que escutou os tiros e depois conferiu pelo circuito interno de câmeras do condomínio, pelo celular, o que tinha acontecido. Porém, ela não sabia que era o marido. Um pouco depois, disse ter escutado Aurélio falar "cara, fiz uma merda", em uma conversa embaixo de sua casa.

Como a filha havia visto que Durval já tinha deixado a van e caminhava para casa, Luziane imaginou que o marido demorava a chegar pois estaria ajudando os outros vizinhos a socorrer a pessoa baleada na calçada. Apenas quando uma vizinha bateu em sua casa segurando a mochila e o chinelo sujo de sangue de Durval que ela soube o que tinha acontecido. Segundo a viúva, ele já chegou morto ao hospital e Aurélio não se aproximou ou tentou falar com ela.

Três moradores do condomínio, que depuseram como testemunhas de acusação, afirmaram que nunca souberam de nenhum assalto em frente ao condomínio.

Os policiais civis Mário e Karla afirmaram que, nas oitivas realizadas logo após a morte de Durval, nenhuma das testemunhas disse algo sobre questões raciais ou atitudes preconceituosas cometidas por Aurélio contra a vítima no cotidiano do condomínio.

A morte de Durval gerou grande comoção e houve, inclusive, uma manifestação na praça do bairro Zé Garoto, em São Gonçalo após sua morte. Sua morte também faz com que o tema do racismo seja debatido, já que ele foi confundido com um bandido sem nenhum motivo para tal. O sargento responderá por homicídio doloso.

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